Falar sobre a Delegação Norte, não é difícil nem complicado.
Esta Delegação nasceu da necessidade real de fazer frente ao desconhecimento que se fazia sentir sobre a Síndrome de Asperger nesta zona do nosso país.
Delimitámos o espaço de atuação que iria de Coimbra para cima até ao Minho. O desafio foi deixado em 2004, quando fizemos a apresentação da APSA no colégio de Nossa Senhora do Rosário no Porto. Este desafio foi habilmente abraçado pelo António Soares Vieira e pela Maria João Faria de Castro, voluntários nesta causa que fizeram nascer esta delegação em 2005. Aqui relevo o grande entendimento e cumplicidade que ao longo de aproximadamente 11 anos nos envolveu, sempre alinhados pelo bem maior – A Missão da APSA- Apoiar, sensibilizar e explicar a Síndrome de Asperger, por forma tornar a integração dos nossos filhos na sociedade uma realidade, proporcionando uma vida de inclusão digna e autónoma.
Foi sempre excelente por parte dos pais, a adesão aos eventos produzidos pela Delegação Norte, já na sede de Matosinhos, promoveram-se as reuniões de Pais, organizaram-se as visitas às escolas através do Projeto Gaivota, passando pelos momentos lúdicos com as nossas famílias até à organização do 1º Congresso Internacional de Síndrome de Asperger que teve lugar em 2006 em Santa Maria da Feira e que contou com mais de 500 pessoas, até à Coorganização do 2º Congresso Internacional que teve lugar em Sevilha.
Momentos marcantes que nos fizeram crescer, que proporcionaram um aumento de conhecimento sobres esta problemática. E porque as preocupações da APSA não se fazem sentir só numa parte do mapa deste país, também o Norte, à semelhança de Lisboa com o projeto Casa Grande, quis trabalhar para o Futuro dos nossos filhos. Assim nasceu o 1º Centro e Atividades Ocupacionais no Norte, em Valpedre, que tinha como função a capacitação dos nossos filhos para a vida adulta, assente na metodologia APSA, treino de competência social e autonomia funcional. Foi um passo muito importante, no entanto, e porque as condições envolventes não foram propícias ao seu desenvolvimento e operacionalização total, este projeto não avançou. O relacionamento desta delegação com todas as entidades autárquicas, civis, famílias, jovens, agentes da Educação e da Saúde, a semente que ficou sobre a desdramatização, a sensibilização, a explicação desta condição não deixou ninguém indiferente. As obras realizadas nesta antiga escola de Valpedre, vão ser alvo de utilidade pública, um centro de dia para idosos e um ATL, e apoio ao estudo para jovens de Valpedre. Esta foi e será sempre a Marca APSA; Adaptar, reabilitar, capacitar e acolher, para uma sociedade que se quer justa e para todos. Para trás ficam as preocupações, a ansiedade de conseguir passar a mensagem, a dificuldade e a arte de aliviar e acompanhar tantas e tantas famílias que por esta delegação passaram. Mas ficam as recordações de um trabalho de equipa, de momentos trabalhosos mas de grande impacto em cada um que os viveu ou neles participou. A todos os elementos da nossa Delegação Norte: António Soares Vieira, Maria João Faria de Castro, Glória Dantas e no projeto do CAO de Valpedre também à Inês Oliveira e Vanda Ferreira, que deram sempre o máximo de si deixando um testemunho inequívoco na história da APSA, o nosso enorme Bem Hajam!
Lisboa 28 de Novembro 2016
Piedade Líbano Monteiro


